30 de abril de 2011

Bonecas da Tia Clê







CRIE UM BRINQUEDO

Minha tia Clementina, a tia Clê, passou a infância na Itália. Ela e suas irmãs não tinham bonecas, era época de guerra. A falta de condições não as impediu de brincar, ao contrário, acabou aguçando sua criatividade, pois tinham de inventar brinquedos com o material disponível.

“ Era uma invenção atrás da outra. Tivemos espaço livre para brincar. Isso fez com que a cabecinha fervilhasse! Eu brincava de comércio – fazia a balança com tampinha de refrigerante. Achatava a tampinha, furava com prego em três lugares e amarrava um fio grosso nos furos, nas duas tampinhas. Dividida a circunferência em três e com um pedaço de pauzinho, pendurava uma tampinha em cada ponta e a balança funcionava! A mercadoria era areia, que nomeava como se fossem tipos de cereais. Os sacos eu fazia com retalho velho e os costurava, eu me virava.”

Tia Clê inventou bonecas com guardanapo de pano para divertir os irmãos menores. Dobrava o guardanapo ao meio e depois ,mais uma vez ao lado, da esquerda para a direita. Fazia um rolo com o pano, da esquerda para a direita, deixando, sem enrolar, um espaço do tamanho do rolinho no fim. Depois, o pano que sobrou na parte aberta da ponta ela virava do lado contrário, cobrindo o rolo, o que formava um tipo de véu, que representava o cabelo. Aprendi com ela a fazer esse tipo de boneca. Você pode usar um lenço, toalha de mesa, guardanapo de tecido ou papel.

No Brasil, fez muitas bonecas, agora com rosto, roupinhas, rendas e tecidos diferentes para as sobrinhas e netas brincarem. Bons tempos!

E você, já fez pipa com seu filho ou bilboquê com garrafa pet? Já reciclou papel ou inventou uma brincadeira diferente? Conte sua experiência.

Fabiana Ilario

28 de abril de 2011

SE LIGA E DESLIGA



Simplesmente genial a campanha do UNICEF 2010/Indonésia.

Algo em que acredito traduzido lindamente em imagens e sons.

Que tal experimentar?

UNICEF Indonesia:See what you can turn on when the screen is off
UNICEF Indonésia:Veja o que você pode ligar quando a tela está desligada

http://youtu.be/0PUQhzX8QXk

http://youtu.be/fkUiOqFDc1M

http://youtu.be/vfMVySYh6KA

http://youtu.be/dViYW2Lx9Pw

click www.unicef.or.id

26 de abril de 2011

Criança precisa mais dos pais do que de...


Atividade em excesso prejudica desenvolvimento da criança

Educar um filho não é tarefa fácil. Pesquisa da Universidade de Montreal, no Canadá, indica que crianças que passam muito tempo vendo TV têm dificuldades em Matemática. Outros estudos apontam que excesso de videogame é prejudicial e há os que garantem que os jogos eletrônicos auxiliam a visão.

O que fazer diante de tanta informação?

Especialistas afirmam que o ideal é dosar as atividades, alternando tarefas que trabalhem os dois hemisférios do cérebro: o esquerdo, responsável pelo pensamento lógico, e o direito, mais criativo e sonhador.

"Para um bom desenvolvimento intelectual e social é importante mesclar atividades que estimulam os dois lados do cérebro, como jogos de lógica ou pintura", recomenda a coordenadora do curso Daniel Azulay, Vânia Januário.

Ela lembra que, enquanto desenha, por exemplo, a criança trabalha a sensibilidade, a percepção e a intuição, características que podem ser um diferencial no futuro. "Essas habilidades reforçam a autoestima, fundamental para a vida toda".

Neurologista da infância e adolescência, Marco Antônio Arruda afirma que os pais devem procurar sempre dosar a tecnologia com a criatividade.

"As crianças da era digital encontram-se talvez mais aptas a se relacionar através de um teclado do que com a fala, o olhar e o toque. É importante desenvolver a linguagem não verbal, reconhecer sentimentos através da face e dos gestos, interagir com diferentes grupos sociais, aprender a escutar, expressar suas emoções e ser empática. Por outro lado, estudos indicam que as que lidam com computador têm maior concentração e melhores habilidades cognitivas".

O médico explica ainda que o cérebro é um órgão dinâmico, que deve ser esculpido. "O cérebro não nasce pronto. Precisa ser estimulado e moldado. É como uma cidade com ruas e avenidas. Se você não colocar carros para andarem nas ruas, elas se fecham. Contar histórias, por exemplo, pode parecer uma atividade meramente lúdica, mas estimula o desenvolvimento de atividades de sequenciação e organização".

Estresse e ausência dos pais: vilões
O estresse libera o hormônio cortisol, que provoca a morte das células do hipocampo, área do cérebro responsável pela memória de longo prazo. Portanto, nada de cobranças excessivas.

"Criança precisa mais dos pais do que de diversas aulas extracurriculares. Talvez seja melhor jogar bola com ela, cantar, brincar, do que colocá-la em aulas. Claro que se ela quer tocar instrumento ou fazer algo específico, fará aula. Mas se for muito cobrada, pode ter transtorno de ansiedade", diz o psiquiatra Fábio Barbirato.

O Dia - © Copyright Editora O Dia S.A.

http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias

Excesso de tevê em crianças

Ver muita televisão pode provocar graves problemas de saúde nas crianças, como obesidade, diabetes, autismo e puberdade precoce nas meninas, afirma um estudo publicado na revista britânica Biologist.

A pesquisa, realizada a partir da análise de 35 estudos científicos anteriores, identifica 15 efeitos negativos que a televisão pode causar nos menores.

O diretor do estudo e membro do Instituto de Biologia do Reino Unido, Aric Sigman, alerta que os perigos decorrentes de uma grande exposição à TV são tantos que esta "deveria ser proibida" para as crianças com menos de 3 anos.

Além disso, Sigman acredita que é preciso "restringir severamente" a televisão mesmo quando os menores crescem, pois o simples ato de olhar para tela, independentemente do conteúdo exibido, pode fazer mal à saúde.

Segundo a pesquisa, reduzir o número de horas passadas em frente à televisão deveria se tornar uma prioridade, pois as crianças de seis anos do Reino Unido já desperdiçaram, em média, um ano inteiro de suas vidas diante da telinha. "Permitir que as crianças continuem assistindo a tanta televisão demonstra uma falta de responsabilidade por parte dos pais", afirma Sigman.

O especialista diz que uma exposição excessiva à TV pode causar miopia, dois tipos de diabetes diferentes, transtornos de sono e câncer. A pesquisa alerta que ver televisão suprime a produção de melatonina, um hormônio que desenvolve funções relacionadas ao sistema imunológico, ao ciclo do sonho e ao início da puberdade.

Segundo estudos anteriores, as meninas atingem a puberdade "muito mais cedo" do que em 1950, porque atualmente pesam mais do que naquela época. Sigman também afirmou que, "provavelmente", a redução dos níveis de melatonina causada por assistir a muita televisão também influencia.

"Seremos, em última instância, os responsáveis pelo maior escândalo de saúde de nosso tempo", alerta Sigman, que diz que cada hora de televisão em excesso entre os 20 e os 60 anos aumenta o risco de desenvolver Alzheimer.

19 de fevereiro de 2007 http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI1421486-EI8147,00.html

Excesso de TV e internet pode afetar saúde de crianças, diz estudo

Exposição à mídia está vinculada a obesidade e fumo, segundo pesquisa. Ligação a problemas de deficiência de atenção, porém, não é tão firme.

Da Reuters

Passar muito tempo assistindo TV, jogando videogames e navegando pela internet faz com que as crianças fiquem mais sujeitas a diversos problemas de saúde, entre os quais obesidade e fumo, disseram pesquisadores norte-americanos nesta terça-feira (2).

Especialistas do National Institutes of Health dos Estados Unidos, da Universidade Yale e do California Pacific Medical Center analisaram 173 estudos conduzidos desde 1980, em uma das mais abrangentes avaliações já realizadas sobre a maneira pela qual a exposição a fontes de mídia pode afetar a saúde de crianças e adolescentes.

Os estudos, a maioria dos quais realizados nos EUA, se concentram em televisão, mas alguns também consideram videogames, filmes, música e uso de internet e computadores. Três quartos das avaliações apontam que consumo mais alto de mídia está associado a resultados negativos de saúde.

Os estudos oferecem fortes indícios de que as crianças com mais exposição à mídia têm maior propensão à obesidade, ao fumo e a iniciar atividades sexuais mais cedo do que as crianças que passem menos tempo diante de uma tela, dizem os pesquisadores.

Outras pesquisas apontam que mais exposição à mídia também está vinculada a uso de álcool e drogas e desempenho escolar mais baixo, mas os indícios quanto a um vínculo a problemas de deficiência de atenção e hiperatividade não são tão firmes, eles apontam.

"Acredito que o número de pesquisas que demonstram esse impacto negativo de saúde tenha sido uma surpresa", disse o médico Ezekiel Emanuel, do NIH, um dos pesquisadores responsáveis pelo relatório divulgado pela organização sem fins lucrativos Common Sense Media, em entrevista por telefone.

"O fato de que a questão da quantidade talvez importe mais que o conteúdo em si também é causa de preocupação. Temos uma vida de alta saturação de mídia, no século 21, e reduzir as horas de exposição será uma questão importante", acrescentou.

02/12/08

24 de abril de 2011

Mãe presente

"Em uma tarde de chuva, Ben, de quatro anos, disse à mãe que ele e seu amigo queriam fazer bichinhos de massa de modelar. A mãe estava ocupada organizando os pagamentos da casa e ficou tentada a apenas responder que estava bem, deixando os garotos brincarem sozinhos. Em vez disso, levantou-se e foi buscar uma velha cortina de chuveiro que guardara para essa ocasiões. Estendeu-a no chão e explicou aos meninos:

- Sentem-se aqui no meio e vamos esticá-la. Assim, vocês vão ter bastante espaço para fazer todos os bichinhos da fazenda.

Enquanto amontoava a massa de modelar no plástico, Ben perguntou à mãe:

- Podemos pegar umas facas na cozinha?

- Facas, não. Facas não são para brincar. Que tal uns moldes de biscoitos? - respondeu ela.

- Tudo bem. E também umas colheres de madeira? - propôs o menino.

- Claro - disse a mãe, pegando os utensílios na cozinha. - E não esqueçam, depois vocês vão ajudar a limpar tudo.

Os poucos minutos gastos no início da brincadeira foram uma interrupção para a mãe de Ben, mas é possível que a tenham poupado de mais tarde raspar a massinha de modelar agarrada no tapete, enquanto tentava se controlar para não brigar com as crianças.

Seu envolvimento prévio também deu a Ben a oportunidade de negociar os utensílios de cozinha que ele queria usar. Embora essa abordagem tome algum tempo, permite que surjam opções e proporciona às crianças um bom treino no processo de tomar decisões. Ter voz ativa em decisões cotidianas também contribui para que construam uma autoimagem positiva."

As Crianças Aprendem o que Vivenciam, de Dorothy Law Nolte e Rachel Harris, editora Sextante.

Crianças aprendem o que vivenciam


Esse poema nos convida à reflexão sobre nosso papel na criação de um ambiente familiar positivo, construtivo e feliz, no qual as crianças possam se expressar sem medo, desenvolvendo seu emocional de forma saudável.

As crianças aprendem o que vivenciam

Se as crianças vivem ouvindo críticas, aprendem a condenar

Se convivem com a hostilidade, aprendem a brigar

Se as crianças vivem com medo, aprendem a ser medrosas

Se as crianças convivem com a pena, aprendem a ter pena de si mesmas

Se vivem sendo ridicularizadas, aprendem a ser tímidas

Se convivem com a inveja, aprendem a invejar

Se vivem com vergonha, aprendem a sentir culpa

Se vivem sendo incentivadas, aprendem a ter confiança em si mesmas

Se as crianças vivenciam a tolerância, aprendem a ser pacientes

Se vivenciam os elogios, aprendem a apreciar

Se vivenciam a aceitação, aprendem a amar

Se vivenciam a aprovação, aprendem a gostar de si mesmas

Se vivenciam o reconhecimento, aprendem que é bom ter um objetivo

Se as crianças vivem partilhando, aprendem o que é generosidade

Se convivem com a sinceridade, aprendem a veracidade

Se convivem com a eqüidade, aprendem o que é justiça

Se convivem com a bondade e a consideração, aprendem o que é respeito

Se as crianças vivem com segurança, aprendem a ter confiança em si mesmas e naqueles que as cercam

Se as crianças convivem com a afabilidade e a amizade, aprendem que o mundo é um bom lugar para se viver.

Dorothy Law Nolte


BRINCANDO EM FAMÍLIA II

Origami – Puxe dicas da internet ou compre livros especializados sobre o tema. Há alguns origamis bem simples, que podem ser feitos por crianças pequenas. Utilize papel impresso que é distribuído em faróis ou sobras de papel. O origami exercita a paciência, o raciocínio e é uma terapia ocupacional para a mente. Depois vocês podem formar um móbile para a casa, um quadro decorativo ou forrar uma caixa porta-trecos e presentear uma escola ou instituição beneficente. Diversos valores podem ser agregados a partir de uma atividade tão conhecida.

Mímica – Quem não se diverte com mímica? Guardo até hoje na memória um Natal em que fizemos mímicas de filmes em família, foi muito divertido! Divida a família em dois grupos. Dependendo da idade dos participantes, escolha nomes de profissões, filmes, músicas, animais, ações etc. Um grupo deverá fazer a mímica para o outro. Há também conhecidos jogos com mímica. Aproveite para soltar seu corpo e sua imaginação. A risada é um calmante natural e faz muito bem à saúde!

História coletiva – Um membro da família inicia uma história e cada um continua, inserindo personagens,

lugares e ações, até chegar ao desfecho.

A palavra é... – A família fica em círculo e fala sempre na mesma sequência. A primeira pessoa escolhe uma palavra e pronuncia para a próxima, que cita a anterior e a sua palavra escolhida também e assim por diante (ex.: árvore; árvore e casa; árvore, casa e chinelo; árvore, casa, chinelo e apontador...). Se alguém errar, pode ser dada mais uma chance. Ganha quem conseguir memorizar toda a sequência corretamente. Essa atividade estimula a memória, a concentração, o vocabulário e a associação de ideias, além de ser muito divertida!

O som é... - essa é uma adaptação que criei a partir da brincadeira a palavra é... agora inventando sons e repetindo em sequência. Impossível não rir!

Trama fantástica – Pegue uma (ou mais) folha(s) sulfite(s), divida-a(s) no sentido horizontal em quatro partes de uns 7 cm cada, aproximadamente. Dê uma tira para cada membro da família que saiba escrever. Um não poderá ver o que o outro irá escrever. A folha deverá ser usada na vertical e dobrada sobre cada item escrito, de cima para baixo, como se você pegasse um papel e fosse enrolando, só que em vez de enrolar, você irá tampar o que foi escrito com o próprio papel, fazendo uma dobra por cima. O papel deverá ser passado à pessoa do lado a cada item escrito, ou seja, os papéis sempre trocarão de mãos. Um líder pedirá que todos escrevam um adjetivo masculino; após todos escreverem e dobrarem o papel sobre o que foi escrito, devem trocar os papéis e continuar a sequência que for pedida. Agora o líder pedirá que todos escrevam no papel o nome de um personagem masculino (de desenhos, da política, de novelas, do jornalismo, da História, da literatura etc.) O mesmo processo se repete: todos devem escrever, dobrar o papel e passar à pessoa ao lado. Próximos passos: escrever o nome de um adjetivo feminino, dobrar e passar os papéis; escrever o nome de uma personagem feminina...escrever uma frase com uma ou mais ações, escrever o nome de um local, escrever o que o personagem masculino disse, escrever o que a personagem feminina disse, escrever , por fim, uma moral para a trama. Após toda a troca de papéis ter sido feita, as tramas fantásticas devem ser desdobradas e lidas em voz alta para todos. Crianças e adultos amam essa atividade, que estimula o humor e a criatividade. Antes de ler, ninguém faz ideia de como essa trama coletiva acabará, por isso ela é fantástica.

Ex: O incrível

Chaves

A desengonçada

Rapunzel

Estavam comendo macarrão instantâneo

Na ponta de uma agulha de tricô vermelha

Ele disse: - Estou com fome!

Ela disse: - Uau! Vou desfilar em Roma!

Moral: Não coce a cabeça, meu amor!

Rima maluca– Cada dupla deve fazer uma frase com rima inusitada a partir de uma palavra dada pelo outro grupo. Ex: Palavra Irmã

“Minha irmã ficou anã depois de comer aquela incrível maçã!”

Culinária – Selecione receitas saborosas e fáceis para fazer em família. Compre os ingredientes e inclua todos os membros na preparação. Uma pessoa lê a receita, outra arruma os ingredientes, outra arruma a mesa, outra decora etc. Para iniciar, uma receita de pão, por exemplo, ou de bolachinhas com fibras pode ser interessante. Você se diverte e alivia as tensões sovando a massa.

Jogos – Há uma infinidade de jogos pedagógicos no mercado. Jogos que trabalham a linguagem, a coordenação, a criatividade, a lógica. Pode-se jogar os tradicionais também, como xadrez, quebra-cabeça, dama, dominó, caça-palavras, palavras cruzadas, uno. Lembre-se de que os jogos desenferrujam a mente e a exercitam, auxiliando no combate às doenças mentais.

Jardinagem – O contato com a natureza é sempre revigorante. Cuide das plantas junto com seus filhos. Aproveite para trabalhar a terra, comprar materiais, decorar vasos, plantar sementes, regar, adubar.

Álbum de fotos – Junte a família e organizem o álbum de fotos. Esse é um momento gostoso para rir e recordar muitos bons momentos.









BRINCANDO EM FAMÍLIA I

Correria, estresse, responsabilidades, falta de tempo, perda de energia, cansaço. Como equilibrar tantos afazeres e cobranças? Desejamos também cuidar do corpo, da mente, do espírito, o que acaba gerando mais dose de estresse. Até a hora da ginástica pode tornar-se um tormento; sem tempo para relaxar, somos consumidos por uma agenda cheia e sem flexibilidade, lotada de “tenho de”.

As crianças são afetadas por esse ritmo alucinante, tornando-se alvo fácil de variados estímulos: participam de muitas atividades diárias, mal têm tempo de relaxar e brincar. Por outro lado, horas em frente à tevê e à internet tornam-se rotina e refúgio para grande parte delas. Brinquedos, games violentos e pouco recomendáveis não são fiscalizados pelos pais. Na ausência deles, a babá-eletrônica forma idéias e internaliza valores.

Após assistir ao seu desenho predileto, meu sobrinho, com 8 anos na época, ficou elétrico, agitado e queria lutar como os personagens. Alertando as crianças do primário sobre o tempo diário em frente à tevê e sobre jogos, fiquei surpresa ao ouvir um aluno dizer que jogava durante horas um game muito violento junto com o próprio pai e que ambos adoravam. Os hábitos formam os valores dos filhos sobre o que é certo e errado e vice-versa.

Parece impossível driblar tudo isso e achar alternativas, fazer esse “malabarismo”?

Que tal partir de Brincadeiras simples e despretensiosas?

A busca de uma cultura familiar e de um olhar cuidadoso e crítico sobre as prioridades são bem-vindos nos lares. Fórmula mágica e instantânea não existe. Mas pensar em mudanças de hábitos que sejam gradativas e simples podem, sim, ser uma forma de fortalecer os vínculos familiares, auxiliar no autoconhecimento e no conhecimento mútuo e aliviar as tensões do dia a dia.

A psicóloga Lili Yoshimoto, por exemplo. reúne os filhos e o marido uma vez por semana para fazer a Noite da Família. Cada semana um membro da família escolhe uma atividade; dessa maneira não há imposição, mas o treino da autonomia. Às vezes, assam juntos batata doce na brasa ou assistem a um filme diferente.

Quanto à frequência das novas atividades, se devem ser semanais ou mensais, isso vai depender de cada família, do tempo, da adaptação e dos valores que cada casal considera importantes.

Dentre dezenas de atividades possíveis para mudar a rotina, selecionei sugestões de entretenimentos saudáveis e simples. Experimente!

23 de abril de 2011

Ensinar a criança sobre alimentação saudável - parte II



Nada melhor que ensinar e aprender brincando! De forma descontraída, leve e lúdica, muitos valores são passados aos pequenos.

- Que comida é essa? Pique frutas e legumes e separe-as em potinhos. Vende os olhos das crianças e peça para cada uma provar um alimento. Quem acertar todos os nomes mais rápido ganha o jogo.

- Quadro de incentivo. Elabore um quadro criativo e divertido em material emborrachado ou cartolina com os dias da semana e espaços para café da manhã, lanche, almoço, lanche e jantar. Analise o dia junto com a criança e incentive-a com adesivos coloridos quando comer frutas, legumes e verduras, deixando que os cole no período correspondente. Ela se acostumará, brincando, a ingerir comidas saudáveis.

- Pratos coloridos e atraentes, com carinha feita de arroz, olhos de ervilha, cabelos de cenoura ralada, bochechas de grão de bico e boca de tomate cortado são um exemplo de como a criança pode comer com prazer e se habituar com comidas saudáveis. Arroz feito com a água em que a beterraba foi cozida deixa-o com cor atraente para criar outros pratos.

- Petisco em palito. Minha prima me contou que cortou cenoura, pepino e pimentão em tiras e em formato de palito e ofereceu, com uma pitada de sal, às crianças durante a brincadeira. O petisco saudável fez tanto sucesso que os amigos dos filhos dela contaram para suas mães, que perguntaram o que ela fizera de tão gostoso para comer que seus filhos agora queriam tanto! Um formato diferente, assim como o modo de servir incentivam a criança a provar um alimento que rejeitariam.

- Escolha frutas coloridas e de vários tipos. Peça para a criança desenhar e colorir num papel cada fruta. Depois recorte essas frutas e cole-as junto com ela num livro de receitas especialmente criado para a criança. Se ela já souber escrever, pode nomeá-las e relatar a primeira receita, agora ilustrada.

Depois as crianças podem ajudar a mãe a lavar as frutas, que serão picadas para uma salada de frutas. Agora é só experimentar a deliciosa e natural sobremesa.

- Outro recurso é utilizar massa de modelar enquanto a mãe cozinha. A criança pode reproduzir diversos alimentos e aprende seu valor nutricional.

- O flanelógrafo é um recurso muito bom para contar histórias e ensinar. As crianças ficam fascinadas ao poder grudar figuras sem que caiam do quadro. É uma base de papelão revestida de flanela ou feltro, onde figuras de pano ou papel com entretela podem ser colocadas. Você pode selecionar figuras de frutas , árvores frutíferas, legumes, verduras , saladas e ensinar sobre a importância dos alimentos.

- Fazer teatro com frutas e legumes é muito interessante, adicionando, com cravos, picles, azeitonas e outros elementos, olhos, boca, nariz e adereços, formando personagens e nomeando-os, como Sr. Bananildo Bacana ou D. Berijelina Bonita. Ajude-o a criar nomes engraçados e situações curiosas. Deixe que seu filho se expresse.

- Carimbos com batatas, repolho roxo ou outros alimentos são ótimos aliados para ensinar sobre alimentação saudável. Corte a batata ao meio, faça, com uma chave de fenda pequena ou lápis, um desenho de cada lado da batata cortada, escavando cuidadosamente a área que deseja que fique em branco ao carimbar o papel (formato de flor, de boca, de folha, de mão, de coração, de estrela...) e passe cada parte desenhada da batata em tinta guache ou outra específica e carimbe no papel, decorando-o de várias maneiras. Os desenhos e papéis podem ser de vários tamanhos. O repolho roxo tem um lindo desenho quando cortado e pode ser carimbado em tinta de tecido para adornar panos de prato.

Todas essas brincadeiras ajudam a desenvolver a criatividade e a imaginação, além de tornar os alimentos familiares e interessantes, aproximando-os do universo das crianças.

- Com crianças maiores, os pais podem ensinar receitas simples, típicas dos países, contar a história do prato, mostrar no mapa onde fica aquele país e qual sua língua predominante. Após pesquisa, a criança pode reproduzir a bandeira do país e colocar sobre a mesa na hora de servir.

Se souberem, os pais podem ensinar algumas palavras naquela língua. Em minhas aulas, as crianças ficavam muito animadas e aprendiam com facilidade quando lhes ensinava músicas simples em outros idiomas.

21 de abril de 2011

De pai para filho

O texto a seguir mostra a sabedoria de um pai presente, que em lugar de dar tudo o que seu filho desejava, gastou tempo ensinando-o, passando tempo junto, formando seu caráter. Paul guarda até hoje as marcas desse aprendizado prático e criativo, procurando reproduzir na vida de seus filhos o mesmo exemplo deixado por seu pai.

"Quando eu era garoto, queria desesperadamente uma bicicleta. Ao invés de me comprar uma, meu pai me levou para um ferro-velho onde eu escolhi uma porção de bicicletas velhas. Nós então levamos todo aquele “lixo” para a garagem de casa e meu pai me mostrou como desmontar uma bicicleta. Então ele disse: “- Monte isso de novo e você terá uma bicicleta.”

Com o conhecimento para “fazer” bicicletas, eu descobri, de repente, que tinha nisso uma oportunidade: reformar bicicletas e vendê-las. Por muitos anos , como adolescente, ganhei um bom dinheiro fazendo isso (reformei mais de 300 bicicletas!) e amei a confiança e a criatividade que isso imprimiu em mim.

Se meu pai tivesse apenas comprado a bicicleta, eu teria perdido uma grande oportunidade de aprender algo novo. Ele quis que eu montasse minha primeira bicicleta do nada – e a consequência daquela escolha me impactou pelo resto da vida! Ao dizer “não” para comprar uma bicicleta nova, estava dizendo “sim” para a confiança, maturidade, criatividade, ganho financeiro e muito mais. Ao dizer “sim” ao processo de aprendizado, eu estava dizendo “não” à mentalidade do bem-estar que diz “ eu mereço isso, então me dê! ”

Nós não tínhamos muito dinheiro, mas meu pai me mostrou que o poder das escolhas e as consequências não estavam baseadas no dinheiro. Aquele poder era meu e ele me mostrou como fazer uso dele.

Eu tentei fazer o mesmo com os meus filhos, mas não exatamente da mesma forma. Levei meus cinco filhos para pescar, caçar, jogar golfe, mergulhar, andar de esqui aquático, guiar cart e outras coisas. Outra paixão que tentei instigar neles foi a de estarem envolvidos em times esportivos.

De acordo com minhas prioridades, a família vem sempre em primeiro lugar, desconsiderando as exigências do meu trabalho. Uma vez, saí apressado do escritório para me juntar a eles no seu passeio de barco e cheguei lá de terno e gravata. Não importa se eles gostaram tanto do que fizemos juntos ou se quiseram seguir carreira nisso; eu quis, simplesmente, demonstrar o meu amor por eles, passando tempo juntos."

Trecho do livro 25 Chaves para o Sucesso, de Paul J. Meyer.


19 de abril de 2011

SUPERPROTEÇÃO




Superproteção, como o nome já diz, é a proteção exagerada, em excesso, demasiada. Podemos também ler no dicionário Aurélio o significado de supermãe, aquela mãe protetora em excesso , que restringe a liberdade, as ações e o desenvolvimento emocional normal do filho.
A criança não tem a chance de buscar e desenvolver seus próprios interesses por ser supervisionada e direcionada o tempo todo. Em lugar de ensinar a independência, o que demanda tempo e esforço dos pais, eles acabam por tomar todas as decisões por ela, até as mais simples.


Em alguns casos, a superproteção pode ser fruto de algum problema físico, intelectual ou emocional detectado na criança. Os pais, temendo pelo que possa acontecer , colocam-na numa redoma de proteção. O medo da violência e fatos ocorridos na vida da família, como um assalto, podem reforçar a superproteção.
Se uma criança apresenta um quadro de dislexia ou tem alguma dificuldade para aprender pode despertar nos pais esse sentimento exagerado de ter de encaminhá-la em tudo, tolhendo sua autonomia.


O pintor Gonçalo Borges ( Pintores com a boca e os pés) cita sua mãe como grande incentivadora, aquela que lhe ensinou a ter a cabeça erguida, fazer de tudo e se superar, apesar de sua limitação nos braços. Imagino que não deva ter sido uma tarefa fácil se desprender e conseguir proporcionar autonomia ao filho.
Desde criança ele brincava com outros meninos com naturalidade. Hoje é um reconhecido artista, pinta lindos quadros com a boca e os pés, além de ser empresário, professor, pai e viajar pelo mundo para apresentar seu trabalho. Gonçalo também dirige, passeia, pesca, joga bocha com os amigos. É um exemplo de superação e equilíbrio emocional.

A superproteção pode criar uma limitação e deficiência não no físico, mas nas emoções da criança. Se alguém faz tudo por ela e decide cada passo em seu lugar a mensagem que está sendo passada é: Você não é capaz de tomar decisões e escolher, tenho de fazer tudo por você. A criança se vê insegura e dependente de outros.
Crianças superprotegidas acabam não acreditando em suas habilidades para tomar decisões em virtude das constantes interferências e planejamento dos outros em cada aspecto de sua vida, isso dificulta o processo de maturidade na fase adulta, podendo ser bastante prejudicial emocionalmente.


O filme De Porta em Porta retrata a história de Bill Porter, que, apesar de ter nascido com paralisia cerebral, limitando sua fala e movimentos, tornou-se um grande e carismático vendedor. Mais uma vez, a mãe teve um papel fundamental em sua vida, incentivando-o e ao mesmo tempo deixando que ele trilhasse seu próprio caminho. Bill foi um exemplo de determinação e resiliência. Vale a pena ver o filme e aprender com ele.


ESCAPE: Para fugir e resistir ao controle excessivo, a criança pode esquecer o que lhe pedem ou falam, ficar demorando, mergulhando num mundo de imaginação e fantasia ou não fazer nada, ficar alheia a tudo.
Já as crianças que se submetem totalmente ao controle extremo dos pais ou cuidadores podem, na vida adulta, ter forte necessidade de apoio e direção. Outra consequência é que podem ficar duras consigo mesmas, reprovando-se ou criticando-se como seus pais faziam, afinal, esse foi o modelo que tiveram.


Acredito que muito da visão de Gonçalo e de Bill sobre si mesmos e sobre a vida tenha sido construída com a ajuda de seus pais, que tiveram um olhar não de pena ou de vitimização, mas de força, esperança e incentivo.


Vale a pena refletir sobre a questão da superproteção e dos próprios medos e anseios em relação aos filhos , para que isso não distorça a imagem deles, interferindo em seu desenvolvimento emocional no futuro.

Fonte da imagem: Revista Veja (04/11)

Fabiana Ilario

17 de abril de 2011

Ensinar a criança sobre alimentação saudável - parte I

Uma prática significativa para as crianças é aprender com os pais. Esse hábito estimula a proximidade, o afeto e o respeito. Parece óbvio, mas muitos pais privam os filhos de experiências ricas com receio de que se sujem, machuquem-se ou temem perder tempo. Infelizmente, o pouco tempo disponível e a falta de prioridade são comuns hoje em dia. Não reservar um tempo para ensinar e brincar com a criança impede um rico aprendizado pela experiência e a formação de boas marcas em seu caráter.

Sem dúvida, é mais fácil deixar que outros a ensinem ou que a televisão a entretenha , mas grandes oportunidades de ensinar e de se aproximar vêm por meio de situações simples e corriqueiras, portanto, valorize e priorize esses momentos, mesmo com pouco tempo.

Que tal ensinar o valor de uma alimentação saudável desde a infância? Há um índice alarmante de crianças com colesterol alto e diabetes, fruto de alimentação errada, rica em carboidrato, sódio, açúcar e gordura.

- Seja exemplo. Se você tiver hábitos simples e saudáveis, como consumir frutas, legumes e verduras, alimentos integrais e grãos, beber água e suco feito na hora em lugar de refrigerantes e sucos artificiais, naturalmente vai passar esse exemplo a seus filhos.

- Selecione ao comprar, nem leve para casa. Restringir o consumo de doces, frituras e produtos industrializados começa pelo carrinho do mercado e não quando o produto já está em casa. Há pais que compram uma infinidade de guloseimas e alimentos industrializados e depois criticam os filhos por quererem prová-los - essa atitude demonstra incoerência e imaturidade.

- Substitua a comida industrializada (rica em sódio, conservantes e gordura) por comida caseira e simples. Quem disse que cozinhar deve ser complicado?

- Lancheira saudável. Um hábito não nasce da noite para o dia, é construído aos poucos, se houver perseverança. Há pais que desistem de mandar frutas, lanche natural e suco fresco na lancheira porque dizem que seus filhos não consomem esses alimentos. Então dão dinheiro para que comam salgadinhos e tomem refrigerante na cantina ou montam uma lancheira cheia de produtos ricos em açúcar e gordura, como achocolatados, salgadinhos e até pizza. Não desista, insista em preparar uma lancheira com produtos saudáveis. Esse é um ótimo investimento.

- Não coma vendo tevê nem permita que seu filho crie o hábito de comer vendo tevê ou usando o computador. Sentar-se à mesa, comer com calma, em família, e poder conversar é um momento precioso. Quem come de qualquer maneira e em qualquer lugar não apreciará nem respeitará o momento das refeições, além de comer automaticamente, ingerindo mais comida do que deveria. Há crianças que veem tevê comendo salgadinhos ou doces durante horas. Lembre-se de que a obesidade infantil e o sedentarismo andam lado a lado.

- Se seu filho é cuidado por outra pessoa ou come na escola, fique de olho no que é oferecido. Pergunte, opine, seja presente.

- Ensine a respeito dos riscos de uma má alimentação para a saúde do corpo, assim como dos benefícios de uma alimentação saudável.

Pesquisadores da Columbia University descobriram que crianças que cozinham seus próprios alimentos estão mais propensas a provar produtos saudáveis, como legumes e grãos integrais. Creio que isso aconteça porque a criança vê o que está consumindo, manuseia o alimento, não o vê saindo de um congelador ou pacote, já pronto, industrializado, e então começa a dar valor ao que é natural.

Quando o chef inglês Jamie Oliver mostrou às crianças como eram feitos os nuggets de frango, elas tiveram péssima reação, mas estavam tão acostumadas com comida de má qualidade que resistiram à comida saudável. O hábito já havia sido formado, agora deveria ocorrer um longo processo de educação alimentar para reverter o processo. Elas não tinham ideia, assim como nós, do que estavam ingerindo.

Esse trabalho deve ser realizado e incentivado com frequência pelos pais e reforçado nas escolas.

As consequências são inevitáveis, por isso a prevenção e a conscientização são fundamentais.

Para quem não viu, a série do chef sobre alimentação nas escolas é imperdível, há resultados positivos e também aspectos que mostram total falta de preocupação nessa área. Comidas processadas e cheias de sal e gordura dadas aos alunos diariamente, desconhecimento total das crianças sobre o nome de frutas, legumes e verduras fazem parte do Programa de Oliver em sua tentativa de mudança e conscientização alimentar junto ao Congresso e às famílias inglesas.

Pode ser acessada no Youtube: Oliver’s Food Revolution.

Experiência com nuggets: Oliver Food's Revolution epic failure
Fabiana Ilario

10 de abril de 2011

O nome do blog  - Cambiare! - é uma homenagem às minhas raízes italianas: avós, pais, tios, e o reflexo de um desejo de mudança e de expressar o que acredito e vivi na área da educação.
O desafio não é só conhecer, mas praticar, fazer parte, saber escolher o que importa, envolver-se pra valer em algum tipo de mudança ou objetivo de vida que seja verdadeiro e significativo, mesmo que para isso tenhamos de dar marcha à ré ou desacelerar.
Esse blog pretende ser canal de troca e comunicação, especialmente aos pais e educadores, dando dicas práticas e factíveis em educação e formação de valores.
Seja muito bem-vindo!