24 de abril de 2011

Mãe presente

"Em uma tarde de chuva, Ben, de quatro anos, disse à mãe que ele e seu amigo queriam fazer bichinhos de massa de modelar. A mãe estava ocupada organizando os pagamentos da casa e ficou tentada a apenas responder que estava bem, deixando os garotos brincarem sozinhos. Em vez disso, levantou-se e foi buscar uma velha cortina de chuveiro que guardara para essa ocasiões. Estendeu-a no chão e explicou aos meninos:

- Sentem-se aqui no meio e vamos esticá-la. Assim, vocês vão ter bastante espaço para fazer todos os bichinhos da fazenda.

Enquanto amontoava a massa de modelar no plástico, Ben perguntou à mãe:

- Podemos pegar umas facas na cozinha?

- Facas, não. Facas não são para brincar. Que tal uns moldes de biscoitos? - respondeu ela.

- Tudo bem. E também umas colheres de madeira? - propôs o menino.

- Claro - disse a mãe, pegando os utensílios na cozinha. - E não esqueçam, depois vocês vão ajudar a limpar tudo.

Os poucos minutos gastos no início da brincadeira foram uma interrupção para a mãe de Ben, mas é possível que a tenham poupado de mais tarde raspar a massinha de modelar agarrada no tapete, enquanto tentava se controlar para não brigar com as crianças.

Seu envolvimento prévio também deu a Ben a oportunidade de negociar os utensílios de cozinha que ele queria usar. Embora essa abordagem tome algum tempo, permite que surjam opções e proporciona às crianças um bom treino no processo de tomar decisões. Ter voz ativa em decisões cotidianas também contribui para que construam uma autoimagem positiva."

As Crianças Aprendem o que Vivenciam, de Dorothy Law Nolte e Rachel Harris, editora Sextante.

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